Uma pesquisa inédita em Mato Grosso do Sul vai oferecer dados mais confiáveis para orientar a agricultura de precisão, contribuindo para diminuir gastos e aumentar lucros. Trata-se do monitoramento das lavouras com utilização de drones e VANT’s (aparelhos aéreos com controle remoto) registrando o desenvolvimento da cultura da soja, do estágio vegetativo até a reprodução.

O projeto é desenvolvido em parceria entre a Aprosoja/ MS - Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul e a UCDB - Universidade Católica Dom Bosco e vai integrar as análises do Siga - Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio, uma iniciativa da Aprosoja/MS que já oferece informações atualizadas semanalmente sobre a cultura de grãos por meio de imagens de satélite.

O responsável pela iniciativa é o doutor em Ciência da Computação e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UCDB, Hemerson Pistori, que orienta quatro acadêmicos de doutorado, mestrado e iniciação científica no sentido de diagnosticar os vários momentos do ciclo da oleaginosa. “Nosso estudo atua em três frentes de trabalho: pesquisadores que irão monitorar possíveis ataques de pragas, plantas daninhas e alguns tipos de doenças. Além disso, a ideia não é apenas capturar imagens, mas sim interpretá-las e oferecer ao produtor um diagnóstico preventivo que diminuirá gastos na produção, refletindo em maior lucro na colheita”, destacou o pesquisador.

Pistori lembrou que a decisão de iniciar o projeto começou em 2012, após uma visita feita a Nebraska (EUA), onde conheceu um grupo que já utiliza os drones como ferramenta de trabalho no setor agropecuário e controle ambiental. “Iniciamos uma troca de informações e o trabalho avançou tanto que estamos preparando um grupo de alunos aqui do estado para ir os EUA participar de um intercâmbio com foco na pesquisa destes aparelhos”, detalhou.

O docente reforçou que vários países da Europa e América do Norte também estão pesquisando a utilização de drones no setor agrícola, mas o Brasil está concorrendo de igual para igual ao oferecer ao produtor tecnologia de ponta. “Acredito que daqui a 10 ou 15 anos esta tecnologia já será comum nos países que têm destaque na produção agrícola. Porém, precisamos ainda ter regulamentação de uso no Brasil”.

O analista de grãos, da Aprosoja/MS, Leonardo Carloto destacou que como o projeto é pioneiro o diagnóstico mais preciso só poderá ser oferecido após a primeira colheita. “Este grupo de trabalho está acompanhando a lavoura de soja, desde o plantio realizado há pouco mais de 10 dias. Realizaremos monitoramentos frequentes e produziremos um relatório que mostrará todos os problemas encontrados e que foram sanados com maior rapidez, em função da avaliação das imagens”, adiantou.

Opinião acadêmica – Na avaliação da economista Gercina Gonçalves, doutoranda em Sustentabilidade Agropecuária na UCDB, o projeto desenvolvido em Mato Grosso do Sul se destaca pela pesquisa cuidadosa, além de ser semelhante aos produzidos em outras regiões brasileiras. “Meu foco na pesquisa é analisar e confirmar a infestação de possíveis doenças na lavoura. Se o produtor puder antecipar uma situação como esta, evitará um prejuízo de grandes proporções”, argumentou. 

O mestrando em Ciência da Computação Diogo Soares da Silva pesquisa detalhadamente as imagens registradas nos drones. “Vamos criar um software para identificar alterações que podem afetar as lavouras de maneira geral. Estamos trabalhando para oferecer um produto que funcione com eficiência e que possa ser comercializado futuramente”.


Fonte
Notícias/Agronotícias com assessoria
(foto:assessoria)

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