O Tecnova, programa descentralizado de subvenção econômica voltado para micro e pequenas empresas de base tecnológica, apoiou um projeto que promete melhorar a vida no campo. Trata-se de um quadriciclo agrícola, desenvolvido pelo inventor cearense Geraldo de Sousa Mota. O equipamento é uma alternativa econômica e ecológica para o pequeno agricultor que deseja automatizar sua produção.

O Tecnova apoiou a inovação com R$ 484.126,76, dos quais 67% são oriundos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O restante foi concedido pelaSecretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará(Secitece). Com os recursos, a Geragri, empresa responsável pela invenção, vai aumentar a produção e distribuição do produto.

O quadriciclo substitui o trator convencional ao ajudar o agricultor a preparar a terra para o plantio. “A escassez de mão de obra no campo é hoje uma realidade. Nosso quadriciclo limpa, faz o arado, mistura a terra, faz o sulco e planta, tudo que um trator faz, mas a um preço acessível. Um trator convencional dos mais simples custa em torno de R$ 95 mil, enquanto o nosso quadriciclo custa R$ 17 mil”, explica Marinete Moura Mota, sócia da empresa e coordenadora do projeto.

Com uma mecânica simples e uma manutenção barata, o quadriciclo Geragri é equipado com plantadeira, roçadeira e sulcador multifuncional, que escarifica e ara a terra. O equipamento é indicado para grandes e pequenas culturas, como cana, batata, banana, cacau, mamão, milho e mamona. O quadriciclo pesa cerca de meia tonelada e consome apenas três litros de óleo diesel para limpar um hectare (10 mil m²) e um litro para plantar um hectare.

A empresa, que fabricou e distribuiu quadriciclos no Rio de Janeiro, Bahia e no Ceará, já recebeu encomendas da Inglaterra. Contudo, o modo de fabricação artesanal se tornou um empecilho para a comercialização em maior escala. “Com os recursos do Tecnova, estamos estruturando o processo de fabricação e, até julho, dois kits com quadriciclo e implementos serão testados na Universidade Federal do Ceará para avaliação de velocidade, força, peso, etc. para então colocar no mercado. Se não fosse o Tecnova, jamais conseguiríamos alavancar essa ideia, que é de grande importância para a região e até para o mundo”, comenta Marinete.

A ideia surgiu ainda na infância, quando Geraldo iniciou o pesado trabalho no campo, aos sete anos, ao lado do pai e dos irmãos, em Tauá. Ele e os 13 irmãos saíam às 3 horas da manhã para preparar o terreno. “Um dia, vi passar um trator de esteira e imaginei como a nossa vida seria mais fácil se pudéssemos ter um equipamento como aquele”, relembra Geraldo.

Tecnova

Em sua primeira etapa, o Tecnova Cearense contou com recursos da ordem de R$ 15,6 milhões oriundos da Finep e do Governo Estadual, sendo R$ 13,5 milhões para apoio às empresas e o restante para a gestão do projeto. Foram liberados cerca de R$ 3,4 milhões para aporte voluntário ao programa em 2015. Com esse recurso, sete novas empresas serão atendidas, totalizando 35 empresas beneficiadas nos setores de Agronegócio, Eletrometalmecânica e Materiais, Petróleo e Gás, Têxtil e Confecção, além de Couro e Calçado, Tecnologia da Informação e Comunicação e Biotecnologia.

FONTE

Financiadora de Estudos e Projetos

Com informações da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará.

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