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Em uma fazenda em Itapecerica, centro-oeste de Minas, o produtor rural Roberto Rocha fez um plantio de eucalipto em uma área de 250 hectares. Cinquenta já estão prontos para o corte, mas ele prefere esperar porque ainda sente os reflexos da crise que afetou a produção de aço. A madeira produzida vira carvão para alimentar os fornos que derretem o metal.
Quando o produtor começou a plantar eucalipto há oito anos, o custo por hectare era de R$ 500. Da última vez em que houve o plantio, há três anos, o valor passou para R$ 1,5 mil e hoje, ele calcula que gastaria o dobro e só teria prejuízos.
Segundo Roberto, o metro cúbico da madeira tem sido vendido por aproximadamente R$ 25, preço bem abaixo do esperado.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o eucalipto ocupa cerca de 4 milhões de hectares no Brasil. Minas Gerais é o estado que tem a maior área plantada.
Em uma serraria que produz os cavacos, pedaços de madeiras utilizados para alimentar caldeiras, o dono planta eucalipto em uma área que fica em São Sebastião do Oeste, também em Minas. Apesar da crise no setor, Pacífico Júnior conseguiu driblar os problemas porque não atende mais siderúrgicas, ele mudou de segmento. "Eu atendo empresas de alimentos, cerâmicas, indústria de carbonato", diz.
O produtor vende o cavaco por R$ 40 o metro cúbico e diz que se o setor permanecer estável, vai continuar investindo.
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