Muito comum pelo Brasil e principalmente em Minas Gerais, a palmeira Macaúba nunca esteve tão cobiçada por empresários e agricultores. O motivo desta recente importância é explicado pelo resultado de inúmeras pesquisas e investimentos em projetos que demonstraram o seu potencial de uso variado.
Os produtos da Macaúba podem ser aplicados em um leque diversificado de mercados, incluindo cosméticos, biodiesel, bioquerosene para aviação, nutrição animal, alimentação humana e carvão ativado. Aliada a versatilidade de aproveitamento da palmeira, o cultivo em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) representa mais uma oportunidade para o produtor. O consórcio entre a Macaúba e o cultivo de feijão, mandioca, milho, melancia, batata doce, pecuária de leite e corte, entre outras culturas, diversifica as atividades e otimizam o uso da propriedades, com grande incremento de renda.

Gláucon Cardoso, da empresa Aplic Tecnologia, de João Pinheiro, cidade do noroeste de Minas Gerais, se mostra otimista com a instalação de um viveiro de Macaúba no município, realizado em 2014. Segundo ele, o projeto da Acrotech já vem despertando a curiosidade de produtores rurais e investidores, que enxergam na palmeira a possibilidade de geração de renda de forma sustentável.

Recentemente a empresa Soleá adquiriu uma fazenda no mesmo município. A propriedade será destinada à produção de frutos da palmeira para abastecer a usina de processamento que está sendo estruturada no mesmo local. Sobre este novo plano, Gláucon lembra que as novas atividades possibilitam a criação de empregos, além de outros pontos positivos.

– “O projeto será muito impactante para a região, particularmente para o município de João Pinheiro. Toda a infusão de tecnologia tende a gerar expectativas para outros investidores que estão sempre à espreita de novos negócios. A oportunidade de geração de emprego e renda com abertura de novos postos de trabalho, prestação de serviços manuais e mecanizados, logística (pessoal, insumos e produção) e geração de tributos para o município são impactos diretos deste imponente projeto”.

Gláucon destaca a Macaúba como oportunidade para os agricultores diante do atual cenário agropecuário de João Pinheiro.

– “O município passa por um “estresse” no agronegócio. João Pinheiro possui a maior área de silvicultura do eucalipto de Minas Gerais, cerca de 200.000 hectares. Várias grandes empresas e produtores rurais investiram nessa cultura. Porém, o declínio dramático no mercado internacional do aço devastou o sonho de muitos produtores em adquirir estabilidade econômica com este investimento. Outra atividade que atraiu investidores é o cultivo de cana-de-açúcar, que também não atendeu as expectativas. Por último, a pecuária de corte, que sempre foi tradicional na região, tem vivido um “encolhimento” do rebanho, sendo substituída parcialmente pela atividade leiteira. Enfim, a maturação e a solidez dos projetos poderão levar a Macaúba para ser o foco de investimentos de grandes empresas e produtores da região. [...] Será uma possibilidade de alto retorno a médio e longo prazo para investidores [...] sendo também uma oportunidade para pequenos produtores que já estão instalados na região, para assentados em projetos de reforma agrária e demais produtores, que tem a oportunidade de implantar a silvicultura da Macaúba comercial. Além disto, as possibilidades de integração com a pastagem e a produção de farelos provenientes do processamento da Macaúba poderão intensificar a produção animal nesta região, principalmente com a oferta deste farelo de elevada qualidade nutricional”.

Fonte: Por Mateus Dias (Acrotech) - CIF Florestas

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