Tradicional produtor de gado de corte e queijo artesanal serrano no município de Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, o pecuarista familiar João Alberto Melos de Andrade implantou, em 2007, o sistema silvipastoril na sua propriedade, consorciando Pinus elliottii, campo nativo melhorado e novilhos de sobreano. “Decidimos apostar no sistema integrado como uma maneira de adicionar renda à atividade já praticada há muitos anos pela nossa família”, relata Andrade.

Pelo pioneirismo e inovação, o produtor recebe, hoje (13/05/15), às 19h30, na Associação dos Funcionários da Vipal, em Nova Prata (RS), o Prêmio Mérito Florestal, concedido pela Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor). A premiação ocorre junto com o 12º Congresso Florestal Estadual do Rio Grande do Sul, a 5ª Feira da Floresta, o 1º Fórum Sulbrasileiro de Engenharia Florestal e o Ciclo de Palestras para Produtores Rurais, que se estendem até amanhã (14/05/15), em Nova Prata, fazendo da cidade o centro das discussões, atualizações, inovações, negócios e destaques do setor florestal.

O pecuarista familiar aponta outros motivos que o levaram a integrar árvores, pastagem e gado numa mesma área, como o bem-estar animal, a redução do impacto da atividade pecuária sobre o ambiente, e a obtenção de produtos diferenciados, que proporcionam a entrada de receitas na propriedade em diferentes épocas. “As árvores no campo protegem os animais do sol forte, dos ventos frios e também melhoram a qualidade da pastagem, pois uma certa quantidade de sombra torna o pasto mais macio. As árvores também ajudam a evitar a erosão e adubar o campo”, diz.

Manejo

A área ocupada com o sistema é de um hectare, com espaçamento de 5 metros entre as fileiras e de 2 metros entre plantas. O técnico da Emater/RS-Ascar de Cambará do Sul, Neimar Fonseca e Silva, explica que o manejo da área está sendo feito de acordo como objetivo do proprietário: aumentar a produção de carne e obter toras de qualidade.

“O manejo da pastagem consiste basicamente no controle das invasoras com roçadas, correção do solo e melhoramento do campo nativo, com a introdução de trevo branco e azevém nas entre linhas do plantio”, esclarece. Andrade se diz satisfeito com a integração. Ele explica que a cada ano, desde janeiro de 2010, foram introduzidos em torno de 15 a 20 animais jovens na área, com idade em torno de um ano e meio, que circulam entre a unidade silvipastoril e outra área de 15 hectares. “E acredito que daqui a alguns anos vou colher boas toras desta área”, salienta o produtor.

“Visando regular a intensidade luminosa e produzir madeira sem nós, agregando valor ao produto final, orientamos o produtor para que fizesse as podas dos galhos a partir do terceiro ano, repetindo-as sempre que necessário, a fim de aumentar a rentabilidade do sistema”, explica a engenheira florestal daEmater/RS-Ascar, Adelaide Kegler Ramos.

Segundo ela, o consórcio do sistema silvipastoril possui maior sustentabilidade por diversificar a produção, diminuindo os riscos de estiagens e de mercado. Desta forma, o sistema melhora a renda da propriedade, ao mesmo tempo em que proporciona a adequação ambiental, com o uso de práticas de conservação do solo e água. Além disso, a experiência desenvolvida em Cambará do Sul também permite gerar conhecimentos e tecnologias que poderão ser compartilhados com outros produtores interessados.

FONTE

Emater/RS-Ascar
Regional de Caxias do Sul
Rejane Paludo – Jornalista

Exibições: 77

© 2024   Criado por Soc. Mineira de Eng. Agrônomos.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço