Período de vigência termina em novembro e produtores pressionam por nova autorização para uso do agroquímico que combate a praga

Marina Salles

Com a chegada do mês de novembro vai se esgotando o prazo de vigência do estado de emergência fitossanitária nas regiões onde há incidência da lagarta Helicoverpa armigera, responsável por prejuízos milionários aos agricultores em anos recentes. Com maior incidência nos estados do Maranhão, Bahia, Piauí, Tocantins, Mato Grosso e Goiás, a praga causa danos principalmente às lavouras de soja, milho, algodão e tomate. O combate é feito com a aplicação de produtos a base de benzoato, agroquímico que precisa de autorização especial para ser importado.

“O problema é que nem sempre a decretação do estado de emergência coincide com a liberação do benzoato para uso nas plantações”, afirma Alan Malinsk, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Agora, segundo Malinsk, por meio de uma solicitação encaminhada pela CNA ao Ministério da Agricultura (Mapa), deve-se regularizar a questão.

Registro - Na Bahia, a lagarta Helicoverpa armigera foi identificada pela primeira vez na safra 2012/2013 e causou prejuízos estimados em R$ 2 bilhões à época. Luiz Stahlke, assessor de agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), afirma que a infestação segue no Estado e que áreas plantadas no início de outubro, no município de Barreiras, já registram a presença da praga. ”A expectativa é de que seja tomada uma medida definitiva e que seja feito o registro do produto que usamos”, diz Stahlke.

De acordo com o assessor técnico da CNA, Alan Malinsk, a aprovação do uso de novos agrotóxicos no Brasil pode levar até sete anos. Nesse intervalo tramitam questões de análise, registro, importação e, em alguns casos, fabricação dos produtos – os quais precisam de autorização da Anvisa e do Ibama, além do Mapa, para entrar ou serem comercializados no país.

Em Goiás – onde não há liberação do uso do benzoato, apesar de o Estado estar entre aqueles em que vigora o estado de emergência – há a recomendação de que os produtores fiquem atentos à ocorrência de infestações. Cristiano Palavro, consultor técnico do Senar-GO para a área de grãos, orienta que quanto antes é identificada a helicoverpa, maior a chance de combatê-la: “Como não podemos fazer uso do benzoato, o mais indicado é que o agricultor intensifique o monitoramento da lavoura para eliminar o problema na hora certa, que é durante os primeiros estágios de desenvolvimento da lagarta”.

Para Márcio Antônio de Oliveira, gerente de Fiscalização Vegetal da Agência Goiana de Defesa Agropecuária, na falta do benzoato, o remédio é esperar que produtos alternativos, como os inseticidas biológicos, aliados ao Manejo Integrado de Pragas (MIP), continuem a ser eficientes no controle da lagarta no Estado.

Está marcada para esta quarta-feira, 28, na Câmara Setorial da Soja, uma reunião com representantes do Mapa e entidades agropecuárias para definir os rumos da renovação do estado de emergência fitossanitária nas regiões em que a praga segue se multiplicando – e ameaçando o rendimento das lavouras. 

Fonte
Portal DBO

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