Numa área de quatro hectares, localizada no município de Jangada (80 km ao Norte de Cuiabá), foi encontrado pela primeira vez no estado de Mato Grosso, o superbrotamento da mandioca, doença que causa infecção por fitoplasma – bactérias transmitidas por insetos vetores. O diagnóstico foi realizado pelos pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Napoleão Silvino de Souza e Dolorice Moreti que afirmam que este é o primeiro registro da doença.

Conforme o pesquisador Napoleão, a planta infectada apresenta alguns sintomas como nanismo, folhas amareladas e deformadas, encurtamento dos entrenós da planta, superbrotamento de ramos, crescimento dos ramos com aspecto de roseta, necrose dos vasos e declínio generalizado da planta caracterizado pela morte do ponteiro dos ramos. “A doença prejudica a cultura causando danos severos como queda da produção”, destaca Souza.

Por ser considerada rústica e cultivada por grande parte dos agricultores como uma cultura complementar, o produtor de mandioca não realiza todos os tratos culturais necessários. Napoleão explica que visando reduzir custos e às vezes, pela falta da mão de obra no campo, o controle de pragas e doenças, na maioria, não é realizado. A ocorrência de diversas doenças é um dos fatores limitantes da produção de mandioca. O superbrotamento, também conhecida como vassoura-de-bruxa vem causando sérios danos nos estados de São Paulo, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais e Distrito Federal.

A pesquisadora Dolorice esclarece que a disseminação da doença ocorre pelo uso de maniva/semente contaminada no plantio e por insetos como, gafanhotos, cigarrinhas e percevejos. O controle de fitoplasmas é difícil, uma vez que não existem métodos curativos. Portanto, as seguintes medidas de controle preventivas são recomendadas: plantio de material sadio, variedades resistentes e freqüentes inspeções da lavoura para erradicação de plantas infectadas. Outro método é o controle químico ou biológico do vetor. A resistência genética de plantas, tanto ao fitoplasma quanto ao vetor é a estratégia mais interessante de controle de superbrotamento.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso possui aproximadamente 25 mil pequenos produtores rurais que cultivam a cultura da mandioca. Considerada uma atividade de importância socioeconômica por ser uma cultura de fácil adaptabilidade às adversidades de clima e solo, pois além de gerar emprego e renda nas áreas rurais, devido ao grande número de produtos e subprodutos obtidos no processo de produção, contribui também para o desenvolvimento das áreas urbanas nos processos de industrialização e comercialização.

Os pesquisadores vão visitar municípios produtores de mandioca para conferir o ataque da doença em outras regiões.

FONTE

Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural
Assessoria de Comunicação da Empaer-MT
Rosana Persona – Jornalista

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