Setor movimentou R$ 470 milhões no ano passado

Em algumas regiões do Estado do Rio, tudo são flores. Nos últimos cinco anos, a Floricultura fluminense deu um salto com a expansão de áreas de plantio e a diversificação da produção. Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), 683 produtores cultivam flores e plantas ornamentais em 950 hectares no estado, gerando 17,6 mil empregos. O setor movimentou R$ 470 milhões em 2012 (valor 63% superior ao de 2011). A locomotiva do crescimento é Nova Friburgo, que responde por 40% da produção fluminense. 


No país, a cidade perde apenas para Holambra, em São Paulo. 

O aumento da produção está cada vez mais em mãos femininas: segundo Nazaré Dias, do programa Florescer, da Secretaria estadual de Agricultura, elas já ocupam 40% dos postos de trabalho. O percentual é quase o dobro do registrado em outros setores da Agricultura, de acordo com o Censo agropecuário do IBGE. 

Mulheres fazem 80% do trabalho de ornamentação 

Atividade exige perfeccionismo e muita paciência de produtor 

Em 2004, de acordo com o primeiro censo da Floricultura feito no estado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-Rio), apenas 20% dos empregos permanentes no setor eram ocupados por mulheres. 

Com a ampliação da produção, a profissionalização do setor e o aumento da oferta de produtos, como os voltados para o paisagismo e a decoração, mudou o perfil da mão de obra, que acompanhou a tendência de crescimento da participação da mulher na economia. 

- O aumento é visível tanto na produção, pois mulheres e filhas de produtores tradicionais passaram a atuar no plantio, na pós-colheita e no gerenciamento do negócio, quanto no mercado de ornamentação, que tem 80% do trabalho desempenhados por mulheres - explica Nazaré, acrescentando que são profissionais vindas de outras áreas que migraram para a Floricultura vislumbrando oportunidades: há 570 mulheres na produção de flores e 2.700 no restante da cadeia. 

O secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, disse que o Rio dobrou em cinco anos a produção de flores de corte: - Esse crescimento se deve ao estímulo dado aos produtores para a venda de flores nos supermercados e às facilidades que eles passaram a ter para contrair empréstimos. 

Como acontece na indústria relojoeira, onde quase não há homens porque a atividade milimétrica é mais bem desempenhada pelas mulheres, a Floricultura também exige perfeccionismo e muita paciência. Ao lado do marido e do irmão, Luciene Nunes Notaro, de 37 anos, é uma das mulheres que se dedicam à rotina da produção de bocas-de-leão, crisântemos, margaridas, palmas e chuvas de prata. A cultura é em Vargem Alta, distrito de São Pedro da Serra, em Nova Friburgo, na Região Serrana. A produção mensal de 40 mil flores, que sai do sítio da família para a Cadeg, em Benfica, no Rio, tem a participação de Luciene do plantio à venda. Determinada, a produtora revela seus planos.

- Quero ampliar a produção e diversificar os produtos. O mercado exige cada vez mais variedade - afirma Luciene, que integra a diretoria da Associação dos Agricultores Familiares e Amigos da Comunidade de Vargem Alta (Afloralta). 

Nas 900 floriculturas do Sindicato de Floristas do Estado, o cenário é parecido. O gosto pela beleza das flores pesou na decisão da bióloga Maria Gorete Crespo, que optou pelo paisagismo. 

Há mais de dez anos, ela montou um horto, em Rio Bonito, de onde sai a matéria-prima dos jardins que projeta. 

- Além de prazer pela transformação do espaço com beleza e harmonia, é preciso acreditar naquilo que fazemos - disse.

Fonte

CNA-SENAR

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