O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, e o presidente do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária(Consepa), Florindo Dalberto, que também é presidente do Instituto Agronômico do Paraná(Iapar), assinaram, na solenidade comemorativa ao 40º aniversário da Embrapa, o Acordo de Cooperação Geral entre as duas instituições para revitalização do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) e implantação da Aliança para Inovação Agropecuária.

Trata-se de uma aliança capaz de permitir que a inovação chegue de forma mais rápida à sociedade, considera o Presidente da Embrapa. Segundo Lopes, "teremos uma nova plataforma de pesquisa com estratégias compartilhadas, governança mais ágil e com foco no mercado de inovações e no desenvolvimento da agropecuária".

"A aliança significa uma retomada do SNPA, em novas bases e que renasce mais forte e com inteligência estratégica", ressalta o Presidente do Consepa. Segundo ele, os novos tempos e os desafios do futuro exigem instituições modernas, que façam das parcerias sua base de sustentação. "Não dá mais para trilhar caminhos solitários. As instituições precisam desenvolver estratégias compartilhadas e com visão de futuro".

A nova aliança abre caminho para que as instituições estaduais de pesquisa possam participar de projetos de inovação com foco no mercado de tecnologias, podendo gerar produtos e processos inovadores para os setores agroalimentar e agroindustrial. Com esse novo arranjo, será facilitada a participação dos pesquisadores das instituições envolvidas em redes de cooperação científica e tecnológica.

Por meio dessa nova aliança, Embrapa e Oepas poderão constituir novos portfólios e arranjos de PD&I, além de contar com infraestrutura compartilhada, laboratórios multiusuários e campos experimentais avançados.

A Aliança congrega 18 instituições estaduais, reunidas no Consepa. Ela contará com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O orçamento inicial terá R$ 60 milhões para investimento.

A partir de agora, com a efetivação desse Acordo de Cooperação, as instituições que compõem as OEPAs e a Embrapa poderão participar de projetos de cooperação com centros tecnológicos de excelência. Isto ocorrerá em segmentos da indústria vinculados à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), lançada recentemente pelo Governo Federal e com um orçamento de R$ 1 bilhão, que tem como missão fomentar a cooperação entre empresas nacionais e instituições tecnológicas. 

Embrapa e Unicamp apresentam agenda conjunta de prioridades

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Embrapaapresentaram, durante a solenidade dos 40 anos da Empresa, a agenda conjunta de prioridades da Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas (UMIP GenClima). Criada em dezembro de 2012, a Unidade visa implantar um laboratório voltado à utilização da genômica e da biologia molecular de plantas para o desenvolvimento de tecnologias genéticas aplicadas a mudanças climáticas.

A parceria inédita no Brasil une as expertises em Biotecnologia da Unicamp, uma universidade com um dos parques científicos mais avançados do País, e da Embrapa, com instalações espalhadas por todo o território brasileiro, para avaliação do desempenho agronômico das plantas geneticamente modificadas geradas pela UMIP GenClima.

Segundo o coordenador do projeto, o professor Paulo Arruda, da Unicamp, a expectativa é de que a unidade esteja em plena operação em 3 anos. A meta para os primeiros cinco anos é que a UMIP GenClima seja capaz de produzir pelo menos uma tecnologia para criação de plantas tolerantes a seca com prova de conceito obtida em campo.

Os laboratórios da UMIP GenClima serão instalados no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, em um edifício com cerca de 3.900 m2. Para a construção desse edifício, a Unicamp já cedeu uma área de 2.000 m2.

O orçamento estimado para implantação e operação da UMIP GenClima nos primeiros cinco anos será de R$ 50 milhões. O valor engloba investimentos na construção da sede física da unidade, laboratórios, casas de vegetação, equipamentos e pessoal.

A unidade mista implantará uma plataforma avançada de desenvolvimento de tecnologias, abrangendo desde a descoberta de genes até a obtenção de plantas com características desejadas. Esse trabalho vai garantir que as tecnologias final e acessórias sejam compatíveis com os requisitos regulatórios no País e no exterior e sejam devidamente protegidas no âmbito da Propriedade Intelectual.

Paulo Arruda explica que todos os passos dessa plataforma, desde a descoberta de genes até a fase pré-comercial, serão monitoradas por especialista em propriedade intelectual. Isso vai assegurar que as tecnologias geradas sejam objeto de depósitos de pedidos de patente, garantindo assim a Liberdade de Operação e a criação de valor para aEmbrapa e para a Unicamp. Espera-se que a tecnologia final gere um conjunto de patentes envolvendo genes, promotores, construções gênicas, métodos, eventos transgênicos e produtos.

Da mesma maneira, especialistas em assuntos regulatórios participarão do processo de criação desde o início da descoberta de genes, para assegurar que as tecnologias/genes estejam em conformidade com os requisitos de regulamentação e biossegurança estabelecidas no País e no exterior.

A parceria é um importante passo para enfrentar o desafio do desenvolvimento de tecnologias genéticas voltadas à criação de plantas tolerantes a condições ambientais adversas. De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC - sigla em inglês), os setores agrícolas e florestais de países em desenvolvimento são especialmente vulneráveis às mudanças climáticas globais. Essas nações deverão sofrer grande impacto em consequência do aumento da frequência de eventos extremos, como ondas de calor, estiagens prolongadas e secas.

Segundo a pesquisadora Isabel Gerhardt, da Embrapa Florestas(Colombo/PR), que compõe a equipe da unidade, estudos apontam que, nas últimas três décadas, alterações de temperatura e de precipitação vêm afetando negativamente a produtividade média global de milho e trigo. Culturas que não sofreram impacto em sua produtividade média global, como arroz e soja, também vêm sofrendo impacto negativo destes estresses nos níveis regionais e nacionais. No Brasil, particularmente as produtividades de milho, soja e trigo sofreram impactos climáticos negativos.

FONTE

Embrapa
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